ATLÂNTIDA
Afrodite
no meio da lua
Guerreira
Cavalgando
como amazona no meio da floresta
Cigana
lendo a sorte em algum deserto qualquer
Ninfa
de Shakespear sem as mãos e sem a língua
Colhendo
os frutos da própria liberdade
De
carne e osso
Negra
incorporando o fogo de um espírito perdido
Uma
bruxa no lodo
Tentando
tirar proveito de um momento ruim
Magia
de um pôr-do-sol
Sedução
temperada
Todos
os sons
Todas
as cores
Acordes
e oitavas
Flutuando
no espaço
Em
uma insônia constante
O
feminino incandescente
Um
curso infinito
Um
rio
Vários
meandros
Vários
momentos
Uma
necessidade à toa de voltar
Cantar
um coro crescente com o céu
Os
sons da noite
Que
acalantam os sonhos
Os
desejos ardentes de ser feliz
E
voar
Mudar
o rumo
O
eixo determinado
A
dose certa de uma maçã
O
obstáculo de um pégaso
Em
velocidade e luz
Quebrando
a lei física
De
uma cadeia invisível
Entre
o Céu e a Terra
A
delícia de ser o que quer
E
apodrecer em paz
Poema e foto: Joema Carvalho
Foto: Parque Estadual do Guartelá, Paraná, Brasil