A
AVALISTA LOUCA
Como
fosse
Seu
braço
Uma
prisão
Meus
cabelos....
Em
meio ao feixe de luz
Cairiam
Sem
sentido
Sumiriam
feito pó
Em
meio à decência
Ao
som clássico
Do
correto estipulado
Fatigada
de desejos
Morreria
com sede
Da
vontade absoluta
Do
saber eterno
Cravado
na bíblia
Dentro
dos túmulos
Erguidos
por ambições
E
feitios esnobes
Aprenderia
tudo
E seria insuficiente
As
manhãs pacientes
O
café
O
pôr do sol
O
meio gelado
Varrido
por vento e dor
O
pavilhão interno
De
um coração trincado e vivo
O
choro escorrido seco
A
vergonha engasgada
A
distância
Que
nada conta
O
quanto vale
Um
corpo que reza
Que
dança ao próprio som
Vendo
o tempo
E
os milagres
De
um deus que está no céu
Foto e poema: Joema Carvalho
Foto: Pico Paraná visto do Pico Camapuã, Parque Estadual Pico do Paraná, Paraná, Brasil.